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Revista Alambique nº 5 (2013)
Enviado por Anónima el Jue, 21/03/2013 - 20:38.Alambique nº 5 (2013)
Sendo a temática da Ruralidade um eixo central à Alambique, desde há muito que sentíamos a necessidade de acentuar a importância da ressocialização do campo através de propostas alternativas. Assentes na ecologia e não perdendo de vista uma transformação social pela qual a Comunidade, em equilíbrio com a Natureza, possa garantir uma vida digna. Onde o sentido comunitário ultrapassa o materialismo pessoal, potencializando o desenvolvimento e a liberdade de cada individuo.
Neste número temático falamos de Comunidades Alternativas. Metemos a foice em seara alheia, atendendo a que não participamos em nenhuma. Mas mesmo assim arriscamos o debate. Fomos às origens destas utopias postas em marcha e aqui, no Sul de Portugal, desde a Comuna da Luz de Gonçalves Correia à Parreirinha dos anos 80/90. E resulta este último testemunho num desafio lançado pelos próprios para que ganhe corpo um novo projeto de comunidade.
Estamos em crer que estas reflexões surgem na cidade e no campo, numa altura em que os referentes e limites de cada um tornam-se difíceis de separar. Preocupações ditadas pela urgência da luta pela natureza que escasseia e pelas condições de vida mínimas que nos roubam a cada dia que passa. O regresso à Terra está por todo o lado.
O sentido comunitário pode ressurgir hoje como nunca antes. É ao rural que em boa parte o urbano vai buscar as novas guias de referência, reclamando o espaço, a horta comunitária e o potencial assembleário da vizinhança.
Por isso mesmo há que trocar ideias sobre o que é isso, ou o que podem ser, Comunidades Alternativas no campo. São estes projetos de transformação ou de isolamento social? São estes projetos radicais ou reformas geridas pelo próprio sistema? Questões que nos levaram a optar pela adjetivação de Comunidades Alternativas, conscientes de forçar uma separação com a de Comunidades Intencionais ou de Ecoaldeias, mas porque entendemos que estas têm caminhado para um vazio ideológico. Modelos que reduzem o empenho ‘político’ a um empenho unicamente ‘sustentável’ coincidindo ou participando mesmo na linguagem e mecanismos do sistema em cheque, e assim afastando-se dos modelos rurais de rutura e contestação e reduzindo a sua esfera à gestão corrente do ‘desenvolvimento rural’ por outros ditado.
Primavera 2013 (editorial)
http://revistaalambique.wordpress.com/
Apartado 95; 7780 Castro Verde Portugal
Neste número (40p):
M.B. – Impressões de uma comuna
José Tavares – As Experiências Libertárias de Vida em Comum
Filipe Nunes (com Júlio Silvestre) – Comunidades Alternativas
Rui Vasco Silva – António Gonçalves Correia Precursor da Permacultura Portuguesa
Antonieta Sanches – O Que Pode Ser a Permacultura no Planeamento das Comunidades
Filipe Nunes e P.M com Gerd e Kerstin – Uma Comunidade Anarquista no Algarve – Parreirinha